É mentira que carne faz mal para a saúde, a qualidade e o tipo de óleo é que importa. Toda carne bovina fornece nutrientes essenciais, mas se você deseja um perfil nutricional mais alto e deseja limitar sua exposição a antibióticos, hormônios de crescimento, pesticidas e desreguladores endócrinos, escolha carne bovina 100% alimentada com capim. Isso também vale para os alimentos OGMs, que são rotineiramente banhados com agroquímicos, busque alimentos orgânicos naturais de agricultura familiar.
Em uma era em que as escolhas alimentares podem afetar significativamente a saúde pessoal e ambiental, a distinção entre carne bovina alimentada com capim e com grãos nunca foi tão relevante. Embora toda carne bovina forneça nutrientes essenciais, a forma como o gado é criado influencia diretamente o perfil nutricional do produto final e seu impacto ecológico.
A produção de carne bovina segue dois caminhos principais na pecuária moderna: o gado alimentado com capim e o gado alimentado com grãos ou até mesmo hormônios. Ambos começam sua vida de maneira semelhante, mamando de suas mães e pastando livremente nos primeiros 7 a 9 meses. No entanto, após esse período, suas trajetórias divergem drasticamente, impactando a qualidade da carne e o meio ambiente.
O gado criado de maneira convencional é transferido para confinamentos, onde recebe uma dieta à base de milho e soja, alimentos altamente energéticos/ hormônios que aceleram o ganho de peso. Esse sistema permite que os animais atinjam o peso de abate rapidamente, por volta dos 15 a 18 meses, com um peso entre 545 a 680 kg. (Aqui no Brasil é Falado o peso em Arrobas: A arroba é uma unidade de medida utilizada para comercializar animais de grande porte)
Por outro lado, o gado alimentado com capim continua pastando livremente, mantendo um estilo de vida ativo e atingindo o peso de abate de forma mais lenta, entre 20 a 28 meses, com um peso entre 455 a 590 kg. Esse método reflete uma filosofia agrícola regenerativa, que busca trabalhar em harmonia com os processos naturais.
Impacto na Saúde Animal e Uso de Medicamentos
A criação convencional de bovinos depende fortemente de produtos farmacêuticos para manter a saúde dos animais e maximizar seu crescimento. Estudos apontam que mais de 90% dos confinamentos utilizam antibóticos, 85% usam β-agonistas e mais de 80% aplicam esteróides anabolizantes sintéticos para promover o crescimento do gado. Essas substâncias são administradas por meio da rço ou implantes de liberação lenta, aumentando a preocupação com resíduos químicos na carne consumida.
Em contraste, o gado alimentado com capim raramente necessita de medicamentos preventivos, pois segue uma dieta natural, tem espaço para se movimentar e é menos exposto a doenças comuns em sistemas de confinamento. Esses animais são criados em sistemas de rotação de pastagem, que reduzem a presença de parasitas e minimizam a necessidade de intervenções farmacêuticas.
Resíduos Químicos na Carne e na Cadeia Alimentar
Uma das razões mais convincentes para escolher carne bovina alimentada com capim é o que não está presente nela. Nos confinamentos, o uso extensivo de pesticidas e herbicidas é comum para o cultivo da rço animal. Estudos estimam que cerca de 167 milhões de libras de pesticidas são utilizadas anualmente apenas para a produção de rço animal nos EUA.
Além disso, resíduos de glifosato, um herbicida amplamente utilizado, incluindo o Brasil, campeão em utilizar agroquímicos do mundo, mais de 3 mil, podem estar presentes na carne bovina em concentrações 20 vezes maiores do que em produtos vegetais consumidos diretamente pelos humanos.
Os pesticidas e outros químicos utilizados nesses sistemas não desaparecem. Eles podem se acumular nos tecidos adiposos dos animais ao longo do tempo, tornando-se uma fonte concentrada de exposição para os consumidores.
Os pesticidas e outros químicos utilizados nesses sistemas não desaparecem. Eles podem se acumular nos tecidos adiposos dos animais ao longo do tempo, tornando-se uma fonte concentrada de exposição para os consumidores.
Impactos Ambientais da Produção Convencional e Regenerativa
A produção de carne bovina em confinamento também impõe desafios ambientais significativos. O grande volume de dejetos gerado nessas instalações contribui para a contaminação de solos e corpos d'água. Além disso, a monocultura de milho e soja necessária para alimentar o gado em confinamento exige vastas áreas de terra, frequentemente resultando em desmatamento e degradação do solo.
Por outro lado, a pecuária baseada em pasto pode ser uma solução para a sustentabilidade. Sistemas de pastoreio rotacionado ajudam a regenerar os solos, promovem a biodiversidade e aumentam a capacidade de sequestro de carbono, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa. O manejo adequado das pastagens permite que o solo absorva CO2, ajudando a mitigar o impacto ambiental da pecuária.
Conclusão: Escolha Consciente para uma Alimentação Saudável e Sustentável
Ao escolher entre carne bovina alimentada com capim e carne alimentada com grãos, os consumidores devem considerar tanto os impactos na saúde quanto no meio ambiente. Embora o gado criado em confinamento produza carne de forma mais rápida e eficiente, esse método apresenta desvantagens significativas, incluindo alto uso de medicamentos, exposição a produtos químicos e impactos ambientais negativos.
A carne bovina alimentada com capim, por outro lado, tende a ter um perfil nutricional mais saudável, sem resíduos de produtos sintéticos, além de ser produzida em sistemas mais sustentáveis. Ao optar por carne de fontes regenerativas, os consumidores podem apoiar uma agricultura mais saudável, promover a segurança alimentar e reduzir seu impacto ambiental.
Compreender as diferenças entre esses sistemas de produção é essencial para tomar decisões informadas sobre nossa alimentação e o futuro do planeta.
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