Uma revisão recentemente publicada na revista Nutrients analisou dados sobre as mudanças na microbiota intestinal em pessoas com transtornos de ansiedade e como os probióticos podem ajudar a melhorar os sintomas dessa condição.
Os resultados sugerem que indivíduos com transtornos de ansiedade apresentam menor diversidade microbiana. Além disso, os probióticos podem auxiliar no ajuste da microbiota intestinal e contribuir para a redução dos sintomas de ansiedade.
A revisão buscou entender melhor as alterações na microbiota intestinal de pessoas com transtornos de ansiedade. Os pesquisadores destacam que esses transtornos estão entre os mais comuns em saúde mental, tornando essencial compreender as mudanças no corpo e encontrar maneiras de tratá-los.
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Para essa revisão, os cientistas realizaram uma busca na literatura por estudos publicados em inglês, incluindo ensaios clínicos randomizados e estudos clínicos com participantes diagnosticados com transtornos de ansiedade.
Os estudos analisados indicaram que pessoas com ansiedade sofrem mudanças significativas na microbiota intestinal.
Um estudo revelou que participantes com transtorno de ansiedade generalizada apresentavam menor diversidade microbiana, além de menor riqueza de microrganismos. Esses indivíduos também possuíam níveis mais elevados de certas bactérias e níveis reduzidos de bactérias produtoras de ácidos graxos de cadeia curta, que desempenham um papel crucial na saúde geral.
Mesmo após a remissão dos sintomas de ansiedade, essas alterações na microbiota persistiam, sugerindo que podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno.
Outro estudo identificou diminuições significativas de algumas bactérias e aumentos de outras em pessoas com transtorno de ansiedade generalizada. O aumento de certas bactérias estava relacionado à gravidade da ansiedade, enquanto outras estavam associadas à sua redução.
Pesquisas utilizando randomização mendeliana encontraram cinco características bacterianas que podem aumentar o risco de ansiedade e quatro que podem reduzi-lo. A revisão também citou um estudo que explorou a relação entre microbiota intestinal, fatores inflamatórios e genéticos no desenvolvimento da ansiedade.
Diferenças na microbiota entre pessoas com depressão e aquelas com transtorno de ansiedade generalizada também foram observadas, sugerindo que a análise da microbiota pode ajudar no diagnóstico diferencial entre depressão e ansiedade. Outro estudo identificou microrganismos específicos e um metabólito que poderiam indicar a gravidade dos sintomas depressivos.
Além disso, um estudo comparou a composição da microbiota intestinal entre indivíduos saudáveis, pacientes com gastropatia funcional (uma complicação do diabetes) e pacientes com gastropatia funcional associada à ansiedade generalizada. Embora a microbiota fosse semelhante entre os grupos, algumas diferenças foram encontradas, como níveis elevados de Clostridium nos participantes com ansiedade e gastropatia funcional.
Microbiota Intestinal e Ansiedade: Mecanismos Subjacentes
Os autores da revisão explicam que diversos mecanismos biológicos sustentam a conexão entre a presença ou ausência de bactérias intestinais e os sintomas de ansiedade.
- Eixo intestino-cérebro: O eixo intestino-cérebro conecta a microbiota intestinal ao sistema nervoso central. Bactérias benéficas, como Lactobacillus, ajudam na produção do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA), essencial para regular a resposta ao estresse e a ansiedade. A redução dessas bactérias pode agravar os sintomas ansiosos.
- Inflamação sistêmica: Desequilíbrios na microbiota podem contribuir para inflamação crônica, o que pode impactar a função cerebral e aumentar os sintomas de ansiedade.
- Marcadores inflamatórios: Pessoas com transtorno de ansiedade generalizada tendem a apresentar níveis elevados de marcadores inflamatórios, o que pode estar relacionado às alterações na microbiota intestinal.
- Ácidos graxos de cadeia curta: Certas bactérias intestinais produzem ácidos graxos de cadeia curta, que modulam a atividade dos neurotransmissores e reduzem a neuroinflamação, contribuindo para o equilíbrio emocional.
Regulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA): A microbiota intestinal influencia a regulação do eixo HHA, responsável pela resposta ao estresse. Desequilíbrios na microbiota podem levar a uma hiperatividade desse eixo, agravando os sintomas de ansiedade.
Os achados desta revisão reforçam a importância da microbiota intestinal na saúde mental e sugerem que os probióticos podem ser uma abordagem promissora para auxiliar no tratamento da ansiedade. No entanto, mais pesquisas são necessárias para compreender melhor como as intervenções probióticas podem ser utilizadas de forma eficaz na prática clínica.
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