Um estudo abrangente sueco recém-publicado indica que a maioria dos contraceptivos hormonais aumenta significativamente o risco de ataque cardíaco e derrame em mulheres saudáveis, com alguns métodos triplicando o perigo.
Um estudo recente, publicado em 12 de fevereiro de 2025 no British Medical Journal, trouxe à tona preocupações sobre os riscos da contracepção hormonal. De acordo com os pesquisadores suecos, mulheres que utilizam esses métodos apresentam um risco dobrado e, em alguns casos, até triplicado de sofrer um ataque cardíaco ou um derrame.
Os cientistas analisaram 25 anos de registros médicos (1996-2021) de mais de dois milhões de mulheres e descobriram que as formas mais populares de contracepção hormonal, exceto o dispositivo intrauterino de levonorgestrel (DIU-LNG), aumentaram o risco de acidente vascular cerebral isquémico. Ademais, todos os métodos analisados, exceto o DIU-LNG e o adesivo de braço, elevaram o risco de infarto do miocárdio.
O estudo revelou que usuárias do adesivo de braço tiveram um risco triplicado de sofrer um derrame em comparação às mulheres que não utilizavam contraceptivos hormonais. Já usuárias do anel vaginal e de pílulas combinadas (com estrogênio e progesterona) apresentaram um risco mais que dobrado de AVC.
Mesmo a pílula de progesterona isolada, considerada mais segura, ainda mostrou uma incidência significativamente maior de derrames do que em mulheres que não usam esse tipo de contracepção.
Impacto na Saúde Pública
Os números levantados pelos pesquisadores mostram que, para cada 4.760 mulheres que utilizam contraceptivos orais combinados por um ano, ocorre um derrame isquémico extra. No caso de infartos do miocárdio, a taxa é de um caso a mais para cada 10.000 usuárias anuais.
Embora alguns especialistas minimizem os riscos individuais, a realidade epidemiológica é alarmante. Com cerca de 248 milhões de mulheres no mundo utilizando contraceptivos hormonais, os impactos em grande escala são substanciais.
Apenas nos EUA, mais de 9 milhões de mulheres tomam pílulas combinadas regularmente, o que pode resultar em quase 2.000 casos adicionais de derrame anualmente devido ao uso desses métodos.
Contracepção Hormonal x Gravidez
Defensores da contracepção hormonal argumentam que o risco de coágulos sanguíneos, ataque cardíaco e derrame também está presente durante a gravidez e no período pós-parto. No entanto, especialistas apontam que essa comparação pode ser enganosa, pois a maioria das mulheres utiliza contraceptivos hormonais por décadas, enquanto a gravidez dura apenas alguns anos da vida reprodutiva.
Além disso, eventos cardiovasculares graves durante a gravidez são mais comuns em mulheres com fatores de risco preexistentes, como hipertensão, diabetes e obesidade. Por outro lado, os anticoncepcionais são amplamente utilizados por mulheres jovens e saudáveis, tornando os riscos mais preocupantes para esse grupo.
Alternativas e Considerações Finais
Apesar de ser promovida como solução para problemas reprodutivos como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e a endometriose, a contracepção hormonal não trata as causas dessas condições, apenas mascara os sintomas. Profissionais especializados em medicina reprodutiva restaurativa recomendam abordagens que investigam e tratam os fatores subjacentes, reduzindo a necessidade de expor mulheres saudáveis a riscos cardiovasculares evitáveis.
Com a crescente conscientização sobre os efeitos adversos da contracepção hormonal, muitas mulheres estão buscando opções mais seguras para o planejamento familiar. Estudos como esse reforçam a necessidade de oferecer alternativas eficazes que priorizem a saúde feminina sem comprometer sua segurança a longo prazo.
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