Nos últimos anos, o governo brasileiro tem promovido com vigor a vacinação contra a Covid-19, especialmente entre os grupos considerados mais vulneráveis, como idosos e gestantes. Contudo, uma recente investigação do portal Metrópoles revelou que vários ministros do governo federal, incluindo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ignoraram a recomendação oficial de manter a imunização atualizada.
Segundo a reportagem, Alckmin não tomou a dose de reforço recomendada para 2024, contrariando a diretriz do Ministério da Saúde, que estipula uma vacina a cada seis meses para pessoas acima de 60 anos. Procurado pela coluna, o ministério de Alckmin não respondeu por que o cartão de vacinação dele está incompleto.
Veja o cartão de vacina de Alckmin:

- José Múcio (Defesa), 76: não tomou as doses de reforço contra a Covid de 2023 e de 2024;
- Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), 76: não tomou um dos dois reforços a que deveria ter recebido em 2024;
- General Amaro (Gabinete de Segurança Institucional), 67: não tomou doses de reforço em 2022 e em 2024;
- Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), 66: tomou nenhum dos dois reforços a que teria direito em 2024;
- Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), 65: recebeu nenhum dos dois reforços que deveria ter tomado em 2024;
- Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), 63: tomou nenhum dos dois reforços em 2024;
- André de Paula (Pesca e Aquicultura), 63: nenhum reforço em 2024;
- Margareth Menezes (Cultura), 62: não se vacinou em 2023 e em 2024;
- Cida Gonçalves (Mulheres), 62: não tomou reforços em 2024;
- Márcio França (Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte), 61: nenhum reforço em 2024;
- Fernando Haddad (Fazenda), 61: não se vacinou em 2023 e em 2024.
Confira os cartões de vacinação:
A discrepância entre o discurso oficial e a prática desses representantes do alto escalão do governo gera uma série de dúvidas. Se a vacinação em massa é tão essencial e segura, por que aqueles que impõem essas medidas não seguem a mesma recomendação?
No governo do PT é assim: obrigam a vacinação, mas não tomam todas as doses. A ministra da Saúde impôs a vacina para crianças, mas não se imunizou por completo. O vice-presidente, também não. O ministro da Justiça votou pela vacinação compulsória, mas não seguiu a regra. pic.twitter.com/EoSpn1S7Bj
— Dra. Mayra Pinheiro (@dramayraoficial) February 26, 2025
Obrigatoriedade Velada e Pressão Popular
Desde o início da pandemia, o governo brasileiro, apoiado por agências de saúde, impôs um sistema de controle para garantir que a população recebesse as doses da vacina, incluindo campanhas massivas, restrições de circulação e ameaças de sanções para aqueles que optassem por não se vacinar. Trabalhadores foram coagidos a tomar a vacina para manter seus empregos, enquanto cidadãos comuns eram impedidos de frequentar espaços públicos sem um comprovante de imunização.
Com isso, criou-se um ambiente onde a autonomia individual foi praticamente eliminada, sob a justificativa de um "bem maior". No entanto, a hipocrisia é evidente: enquanto o governo obriga o cidadão comum a seguir as diretrizes, muitos dos que impõem essas regras não as cumprem.
Sigilo e Falta de Transparência
Segundo a reportagem: Outro ponto que chama atenção é o sigilo em torno das carteiras de vacinação de figuras do governo. Ricardo Lewandowski, por exemplo, decretou 100 anos de sigilo sobre seu histórico de vacinação, seguindo um precedente estabelecido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Após pressão da imprensa, o ministro recuou e divulgou suas informações. A pergunta que fica é: se a vacinação é tão essencial e segura, por que esconder essas informações da população?
A contradição entre a narrativa oficial e as ações dos governantes brasileiros revela a existência de uma agenda que, ao que tudo indica, não se aplica às elites políticas. O discurso de que a vacinação é essencial e obrigatória para a população contrasta fortemente com a prática daqueles que deveriam dar o exemplo.
O Brasil atravessa um momento em que a confiança nas instituições públicas está fragilizada, e situações como essa apenas reforçam a percepção de que a população foi manipulada a aderir a um plano do qual nem mesmo seus idealizadores acreditam completamente. A coerência e a transparência deveriam ser pilares fundamentais da gestão pública, mas, ao que parece, esses princípios continuam a ser ignorados pelos próprios governantes.
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