A maioria republicana da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos manifestou oposição à medida do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de impedir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de comparecer à posse de Donald Trump em Washington D.C., nesta quinta-feira (16). A manifestação foi divulgada na conta da Comissão na rede social X.
“Jair Bolsonaro é um amigo dos Estados Unidos e um patriota. Ele deveria ser autorizado a participar da posse do presidente Trump”, afirmou a Comissão.
Sob a liderança do deputado Brian Mast, aliado de Trump, o grupo reflete o fortalecimento do Partido Republicano após as eleições de novembro, que garantiram controle das duas câmaras do Congresso e da Casa Branca. Na Suprema Corte, 6 dos 9 ministros foram também nomeados por republicanos
No Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, também se manifestou sobre a decisão de Moraes.
Em inglês, o parlamentar respondeu à postagem da Comissão e criticou a medida.
“Impedir que Bolsonaro se encontre com Donald Trump, por meio de um juiz que é notoriamente inimigo pessoal de Bolsonaro, coloca a credibilidade das autoridades brasileiras no mesmo patamar das autoridades da Venezuela”, escreveu o parlamentar.
Disse ainda que, “se o Brasil não conseguir reverter o cenário de inquisição e perseguição à direita, em poucos anos, nem mesmo uma quimioterapia seria capaz de salvar o Brasil”.
A proibição da viagem de Bolsonaro está relacionada a uma investigação sobre um suposto plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023.
Desde fevereiro de 2024, o ex-presidente está sem passaporte, após o documento ter sido apreendido pela Polícia Federal (PF) durante a operação Tempus Veritatis.
Moraes também citou declarações públicas de Bolsonaro que apoiariam o exílio de investigados pelos atos de 8 de janeiro no exterior. O magistrado destaca uma publicação de outubro de 2024, na qual o ex-presidente se referia aos que fugiram do Brasil como “nossos irmãos refugiados na Argentina”.
Em seu parecer, Moraes afirmou que “o pedido para a devolução do passaporte seria inconcebível diante da possibilidade de fuga de Bolsonaro”.
Antes da apreensão de seu passaporte pelas autoridades, o ex-presidente Bolsonaro retornou voluntariamente dos EUA em março de 2023, quando a investigação sobre os atos de 8 de janeiro já estava em andamento. O ex-presidente também esteve na posse do presidente da Argentina, Javier Milei, em dezembro de 2023, retornando ao Brasil logo em seguida. Eduardo e outros argumentam que estas seriam evidências de não haver risco de fuga — a justificativa para impedir a movimentação de Jair.
Sem poder viajar, Bolsonaro confirmou em entrevista na tarde desta quinta-feira, que será representado na cerimônia por sua esposa, Michelle Bolsonaro (PL). O ex-presidente contou que já conversou com a equipe de Trump e a ex-primeira-dama será recebida com honra. Michelle embarca para Washignton D.C. no sábado (19).
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